quarta-feira, dezembro 19, 2007

Vamos ao Circo...

Antes de mais devo dizer que detesto circo.
E a última experiência veio reforçar esse sentimento.
Não posso dizer que não me ri...
Não o fiz foi pelo motivo esperado...

Como se não bastasse ter suado as estopinhas para entrar naquele sítio,
com protocolo para trás e para a frente,
autorização daqui, autorização dali...
Eis que,
quando tento conhecer as pessoas
com quem vou contactar nos próximos meses,
me dizem que nessa tarde vão ao circo...

DRAMA

HORROR

Pergunto vezes sem conta: Mas tem animais?
Não gosto de ver os animais no circo...
Eu não gosto particularmente de circo...
Desde que não tenha animais...
Vou tentando parecer mais receptiva.
Enfim...têm de me "aceitar"...
Ignoram-me.

Olham para mim como se tivesse um olho na testa...
(Deverei deixar crescer a franja novamente?!)
Não as pessoas com quem vou estar mais próxima.
Mas as outras; as repugnantes, de verrugas e botas de bico e falas de tia.

Lá vou eu... Tenho que aproveitar o máximo de tempo...
RESUMO:
Tenda colocada sobre um terreno enlameado. Vá lá...o autocarro não atolou...
Circo familiar: mãe, pai, filho (não, não se segue o espírito santo) e a filha.
Todos a precisar de aparelho nos dentes.
Ok, talvez o pai não, esse precisava mais de uma prótese dentária.

Pai: Apresentador, projecto de palhaço, travesti da floribela com direito a esguichos de água provenientes de falsos mamilos... Sim, eu sei, não é normal.

Filho: Precisava de uma lavagem de cabelo, equilibra-se numa série de cilindros e ripas intercalados. Com direito a um tralho e tudo.
Por momentos pensei que resolvesse a questão dos dentes. Arranjava outra, mas pronto... Trajou também um belo fato de Mickey. A fazer o quê? Nada. Entrou, fez uns adeus acompanhado de uma música indescritivel e desandou. Felizmente.
Também trajou fato de Goofy ou Pateta, como queiram. E ainda um fato de uma bonecada espanhola que ninguem conhecia...

Filha: Coitada... Vestiu o fato de Minnie para acompanhar o Mickey na mesma figura triste.Trajou outro boneco espanhol para acompanhar o irmão. Dei comigo a pensar porque é que não arranjavam os dentes em vez de gastar dinheiro em tanta lantejola, colares tenebrosos, tecidos brilhantes e afins.
Além disto é... sei lá! Levava umas pombas amestradas, que na minha opinião estavam era dopadas. Pobres bichos, com as penas tingidas, umas a rosa outras a verde.
Faziam nada mais nada menos do que subir uma escadita que ela ia virando...como qualquer animal faria por instinto... E um balancé...Ou seja, um cilindro, uma ripa em cima, uma pomba em cada ponta, outra no dedo dela ao centro da ripa, que ia fazendo balouçar a ripa...UUUHHHH...Que número inesquecível!

Mãe: para além de ser um pouco...grande, para o fato que vestia, não percebi bem qual o papel... Dar um ar de graça?! Nãããã... Acompanhar o papá nas piadolas baratas?! Talvez. Mau, muito mau.
Para terminar em grande estilo, 2 bolas.
Uma pouco maior que uma bola de praia insuflavel e outra gigantesca. Mesmo gigantesca!
Ambas atiradas para o público. Maioritariamente idoso.
A situação foi toda tão deprimente que só pude rir. Era tudo tão grotesco!
Eu a olhar para trás e um senhor que devia estar na sua 2ª sesta (como não!) a esbugalhar os olhos quando apanhou com a bola de chapa por trás da cabeça. Parecia um desenho animado, coitado.
Uma criancinha
a quem aconteceu o mesmo, a aterrar de frente para o meio das cadeiras e a berrar.
As bolas, embora fossem empurradas para o palco, eram devolvidas entusiasticamente.
Depois de caírem no palco molhado pelas maminhas do travesti floribela e passarem pela terra do belo chão...Huuum! Que delícia! Vinham aterrar nas nossas saturadas cabeças!
O degredo.

Depois disso, a espera.
A (des)espera pelo autocarro. O regelo. Durante séculos!

E daí a gripe.

Já lá vão umas semanas...

Lamento pelo tamanho exagerado do post.
Mas nem assim consegui passar o terror daquele dia.

9 comentários:

Anónimo disse...

AhAhAh Que bela descrição!!!
Epá e os mamilos esguichadores falsos da floribela...de mais, mesmo!!
Bjss*

toma lá Fresquinho disse...

eu também odeio circo..desde sempre! com ou sem animais ... degredo - é essa a palavra que também uso para descrever o circo!

mas a tua descrição reforça a minha convicção! Medo!

ah, mas e a franja não está na moda outra vez?!

Jo disse...

Decadênciaaaaa!!!!!
Também detesto esse tipo de circo.
Mas a descrição está soberba.
(Vi tudinho)
;)
beijo*

Post-It disse...

Também tenho umas para te contar, ahahaha! :D

lampâda mervelha disse...

Esguichos dos mamilos... UH!

Har de cor!

Mónica disse...

tb detesto circo, por mto q isso soe politicamente incorrecto, eu chamo-lhe decrépito

há dias vi um programa na tv (n sei o tema nem o canal, daquelas coisas zapping) sobre uma familia q tem um "poço da morte" e anda pelas feiras. por acaso fiquei surpreendida com a familia e a forma positiva, realista como vivem uma vida de verão e outra de inverno, com as evidentes adaptações. fiquei com a impressão que andar no circo/feira é, para eles, uma profissão de recurso ou pra manter um negocio herdado ou ganhar um dinheiro extra, uma forma de passear, conhecer pessoas, irem à praia, rever amigos, etc etc, assim mesmo, sem qq ilusão nem pretensão de quererem ser "artistas", "exóticos" ou "diferentes".

R. disse...

Sendo assim,mereces as férias pá :P

Maga Ostrológica disse...

;D

Ihhh! Que bom! Pensei que era das poucas pessoas a não gostar de circo...Estou bem acompanhada, afinal! :)

Oh lampada, esse Har de cor matou-me, fabuloso!

Franja está na moda e eu tenho ;p , mas não tapa o olho na testa...

Eles realmente devem gostar do que fazem...só pode...

Mas ok! Deu matéria para um post!! ;p

Mónica disse...

deu e tá giro :DDDD as usual