quinta-feira, janeiro 04, 2007

REDOMA

Primeiro és a redoma
Depois o alvo fixo


de concêntricas ondas
que o sangue traz consigo


São de luz São de sombra
Atravessam o vidro


Despedaçam-se contra
o que não tem sentido


De onde vêm não sonhas
nem as identifico


por mais que tragam sondas
de prazer de suplício


Tudo em nós as prolonga
sob os riscos do risco


Mas és sempre redoma
Mas és sempre de vidro.


Música de Cama
David Mourão-Ferreira

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