sexta-feira, outubro 12, 2007

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

9 comentários:

un dress disse...

mas que oportuno pra mim!!


/ re.lembrar...por aí...




beijO

Anónimo disse...

Identifico-me tanto com este poema,tanto (...)

Salamandra Pintarolas disse...

Isto que escreveste anda aos saltos na minha cabeça... Por isso sinto-o no coração. Muito bom!

1.01 disse...

bonito

Maria Ostra disse...

Vero, vero...

1.01 disse...

a canção da Cesária Evora também chamada ausência também é para aqui chamada

1.01 disse...

mas como não existe disponivel essa musica no radioblogclube, ouve estas:


http://www.radioblogclub.com/open/110586/evora/Cesaria%20Evora%20-%20Angola%20%28Carl%20craig%20remix%29

Abssinto disse...

Grande pinta.

Maga Ostrológica disse...

:D