António Lizárrago
esconde com escandalosa garridice do seu mais ousado vestido vermelho - a morte de um grande amor.
Esconde...
Esconde o corpo dessa morte de uma maneira extravagante, para que ninguém se aflija com a sua agonia.
Esconde a angústia de se achar lançada no vácuo, perdida.
Esconde a necessidade de se recriar sozinha.
Esconde-se...
Esconde-se no vermelho porque lhe arde a alma - um holocausto.
Esconde-se no vermelho porque é a cor do sangue vivo, vivo, vivo e sangue é (a) vida que se lhe esvai das veias.
Esconde-se porque ficou com a marca do desejo ávido e da abundância daquela boca que era comida...
1 comentários:
Lindo!
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