Desde um tempo antigo até hoje,
quando um homem segura minha mão,
saltam duas lembranças guarnecendo
a secreta alegria do meu sangue:
a bacia da mulher é mais larga que a do homem,
em função da maternidade.
o Osvaldo Bonitão está pulando o muro de dona Gleides.
A primeira, eu tirei de um livro de anatomia.
a segunda, de um cochicho de Maria Vilma.
Oh! por tão pouco incendiava-me?
Eu sou feita de palha,
mulher que os gregos desprezariam?
Eu sou de barro e oca.
Eu sou barroca.
Adélia Prado
terça-feira, julho 24, 2007
GÊNERO
Publicada por Maria Ostra à(s) terça-feira, julho 24, 2007
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5 comentários:
eu sou feita de barro oco...
pra v o a R ...
:)
Que giro!
Lindo mesmo!
Eu cá sou feita de borracha... sou facilmente maleável!(Mas atenção... não é influenciável... simplesmente sou mole, e levan-me à certa com muita facilidade!)
Que giro,não conhecia nada disto..
se me perguntassem,eu diria que 'eu sou feita de música' :)
bj ostrinha
Adélia Prado é brasileira , os seus primeiros poemas datam de 1973. A sua estreia no mundo dos livros é de 1976: Bagagem.
Vale a pena conhecer! Os poemas são girissimos, muito femininos e narrativos. Talvez seja um bocadinho mistica também. É brasileira! :))
pois não fosse ela brasileira:)
apesar de ter vivido lá..não me recordo dessa esritora...mas vou ver!!
feita de barro? as vezes, mas outras tenho mesmo que ser de borracha!
:)
beijoo doce
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