Uma noite e pêras

Oh, oh, tão queridinho, o meu amor!

Eu amo-o, oh! Não há ninguém no mundo que goste tanto dele como eu gosto! Nem a sua mãezinha! É o meu herói. Sim, é lindo. Verdadeiramente encantador, oh!

Não pude resistir-lhe, sabes?

Quando um homem, nos tempos que correm, nos convida para dançar com ele, é dizer logo que sim! É uma coisa muito rara, minha amiga! Já ninguém dança junto, é cada um por si a abanar a carola na pista de dança. Também já ninguém dança valsas. Na verdade, foi mais um Cha-Cha-Cha, mas pronto...

Claro que os meus pézinhos, ui ui, sofreram um bocadinho, coisa pouca... umas pisadelas e umas topadas, mas nada grave, oh não, não, não. Não me magoou nadinha... E não fez de propósito, afinal. Confesso que cheguei a temer não chegar viva ao fim da noite, já que...bom, ele é a alegria e o vigor em pessoa!... Mandámos uns tropeçõezitos, mas o chão era traiçoeiro e estava muito encerado...

Mas foi maravilhoso! Verdadeiramente estupendo, oh, foi formidável a valer!

E eu que nunca me canso a dançar, ai ai menina, fiquei derreada! A saia toda torcidinha, o cabelo coladinho à testa... Oh, mas foi fantástico e pêras, o dia em que conheci o meu delicado Anjo. Foi, foi, foi...