domingo, setembro 17, 2006

KITSCH ME IF YOU CAN! (YOU SURE CAN! CAN-CAN?)



  • Crescemos:
  • A beber água da mangueira do quintal da vizinha e a brincar com a Bota Botilde;
  • A colher amoras e a comê-las na hora;
  • Com as sandálias Colibri, as bonecas Tucha e Barbie;
  • A fazer tendas na sala e a criar rádios de voz ronfenha;
  • Com os relógios digitais Casio e os mixes gravados em cassetes para ouvir no carro;
  • A fazer sucesso dentro de um carocha…e a passar vexames dentro do mesmo…;
  • Com o Spectrum e o Tetris;
  • Com as rendas da Madonna e os olhos pintados de negro da Blondie;
  • Com o verniz dos chineses e os óleos da Body Shop;
  • Com os filmes de terror Série-B e os contos do Edgar Allan Pöe;
  • Com a bijutaria de plástico e o exibicionismo dos The Cramps;
  • Com as pastilhas Super Gorila e as bolachas Belga;
  • Com as esferográficas Bic e a Super Cola 3;
  • Com as bicicletas e os barcos de borracha (ou os pneus na quinta, a fazer de baloiço);
  • Com a bola de espelhos e as luzes de néon;
  • Com alegria e estupidez natural, fascinadas pelo vistoso e muito materialistas (nós não gostamos de fantasmas a azucrinarem-nos a cabeça!).

E vocês?

Postado em conjunto por Maga Ostrológica e Maria Ostra!

6 comentários:

Anónimo disse...

Caríssima Maga,

Antes de mais, quero felicitá-la pelo seu post, que me enterneceu e com o qual senti uma profunda e nostálgica identificação.

Só não entendo a sua última frase, na qual, depois de enaltecer (e muito bem!) o vistoso, o que dá nas vistas e aparece, diz que não gosta de fantasmas. É que eu, amante das (belas) aparências, pergunto-lhe: o que são as aparências senão justamente fantasmas? Desde logo, de um ponto de vista etimológico: aparência (do latim "apparentĭa") é o que aparece, ou o aspecto (de uma coisa), e o mesmíssimo se pode dizer do fantasma (do grego "φáάντασμα", que vem de "φαινεσται"="aparecer", e de onde vem também "φαινόμενον"="fenómeno", "coisa extraordinária e surpreendente"). O materialismo sempre foi povoado de fantasmas (a começar pelo materialismo dialéctico e pela querela entre Karl Marx e Max Stirner à volta dos espíritos e dos espectros) porque as “coisas em si”, se as há, têm pouco interesse para além dos seus diversos apareceres que, por não se esgotarem, só podem ter um efeito assombrador. Um pouco como diz a sua sócia Ostra quando fala da vida e do invólucro. E, já agora também, "assombrar" não é afinal um sinónimo de fascinar (pelo surpreendente?!

Continuação de grandes posts e da grande (e excelente!) produção.

Anónimo disse...

Ora, eu admito que tinha uma Bota Botilde, sim senhora... E também sempre adorei mamar amoras em quantidades industriais (para depois ficar com uma bela de uma cag***...), também tive um Casio e gravei milhares de cassetes, enfim... também fiz muitas das coisas que enumeras. Mas, por Buda!, NUNCA ME RENDI ÀS RENDAS DA MADONNA!!!!!...

Maria Ostra disse...

Amiga, temos filósofo ou onirista a assombrar-nos a casa!
Temos que chamar os Caça Fantasmas! :D

Maga Ostrológica disse...

Estou a ver que sim...
Caro assombradito, assombrada estou eu, com o seu discurso! Até me julguei num outro blog... Entre, amigo!Comente e ria-se connosco, se quiser (ou de nós; é-nos indiferente), mas tome um morno banho de sais, faça umas massagens...e relaxe. Estamos aqui para a galhofa!
Eu até gosto de fantasmas...mas realmente gosto muito mais de tudo o que puder tocar, apertar, espremer,pontapear, saborear...
Mas o que eu gosto mesmo é deste blog; tão descontraído e sem pretensões!
Cara Dreadsister, compreendo a sua aversão às rendas, mas naquela altura era tudo tão belo...E confesso, o que me fascinava mesmo era aquele soutien bicudo!!!Lembras-te, amiga Ostra? Também tinhamos um...portátil ; )

Maria Ostra disse...

Eheheh! Ó se lembro! :D

Maga Ostrológica disse...

Escrevi Dreadsister em vez de Dreadasister! Sorry!! Hoje, a cuscar o blog é que percebi...
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